O tomate é um fruto originário das Américas Central e do Sul, que chegou à Europa pelo porto de Sevilha no final do século XVI, entrando rapidamente na gastronomia portuguesa na mesma época.
O tomate começou a ser cultivado na região de Alvalade em 1959, tendo atingido nos anos de 1973 a 1975 a sua maior expressão com uma área de 1600 ha. Este grande aumento de área deveu-se á adaptação da cultura às caraterísticas climatéricas e aos solos desta região, à disponibilidade de água pelas obras de rega de Campilhas e do Alto Sado, e também porque a partir de 1962 entrou em funcionamento uma unidade industrial de produção de concentrado de tomate.
Atualmente, nesta região o tomate ocupa 300 ha a 450 ha, sendo produzido de forma sustentável, recorrendo a métodos e tecnologias avançadas, os quais permitem obter produtividades acima da média mundial. Hoje 1 ha produz 90t a 120t/ha, o que será o triplo do produzido na mesma área nas décadas de 70,80 e 90. Toda a produção, desde o planeamento, produção de plantas, controlo fitossanitário, adubação, controlo da rega, colheita, transporte para industria e recolha de resíduos é rigorosamente acompanhada por técnicos da AlenSado, Cooperativa Agrícola do Sado, a qual é reconhecida como OP-Organização de Produtores de Hortícolas para Industria, desde 1997.
O tomate, apesar de apenas possuir, em média, catorze calorias em cem gramas, é um alimento rico em licopeno, vitaminas do complexo A e complexo B e minerais importantes, como o fósforo e o potássio, além de ácido fólico, cálcio e frutose, sendo portanto um importante alimento para o fortalecimento do sistema imunológico. Quanto mais maduro, maior a concentração desses nutrientes.
Porque temos condições únicas de clima e solo, o tomate desta região é especialmente dotado de uma sabor e de uma riqueza nutritiva excepcional - faz tão bem como sabe.
Tomate
Nome comum ou vulgar: Tomate/Tomateiro
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Solanales
Família: Solanaceae
Género: Solanum
Espécie: S. lycopersicum
Nome binominal/ Nome científico: Lycopersicum esculentum = Solanum lycopersicum
Originário do Perú - Equador estendeu-se posteriormente à América Central e Meridional e foi introduzido na Europa no século XVI por colonizadores espanhois do continente americano. O seu nome deriva dos termos aztecas “tomalt“, “xitomate “ e “ xitotomate “.
Inicialmente era usado como planta ornamental mas em meados do século XVIII já era cultivado para fins alimentares, principalmente em Itália.
Anteriormente o Tomate esteve entre os alimentos de pouco valor nutritivo, mas isso mudou após a divulgação de algumas pesquisas feitas com o alimento que comprovaram os poderes benéficos e fitoterapeuticos, fazendo com que o tomate subisse na lista de alimentos ricos em propriedades nutricionais e valores funcionais.
O consumo do tomate é recomendado pelos nutricionistas por se constituir em um alimento rico em licopeno (média de 3,31 mg em 100 gr), vitaminas A e B e minerais importantes, como o fósforo e o potássio, além de ácido fólico, cálcio e frutose.
Quanto mais maduro, maior a concentração desses nutrientes. O tomate é composto principalmente por água, possuindo aproximadamente 14 calorias em 100 gramas. Alguns estudos comprovam a sua influência positiva no tratamento do cancro, pois o licopeno, pigmento que dá cor ao tomate, é considerado eficiente na prevenção do cancro da próstata e no fortalecimento do sistema imunológico.
Das culturas hortícolas, é a que tem maior importância económica e a mais divulgada em todo o território nacional. É produzido sem grandes dificuldades desde que sejam devidamente seleccionadas as variedades mais adequadas a cada situação e tidos os cuidados necessários para controlo do ambiente, nomeadamente em cultura protegida.
Características Morfológicas
As características morfológicas do tomateiro mais importantes, são as seguintes:
- Possui um sistema radicular amplo, constituído por uma raiz principal, que pode alcançar os 50-60 cm de profundidade, e por uma grande quantidade de ramificações secundárias, reforçadas pela presença de um grande número de raízes “adventícias” que surgem na base dos caules.
- O caule do tomateiro é anguloso, coberto em toda a sua superfície de pêlos perfeitamente visíveis que, devido à sua natureza glandular, libertam uma substância líquida responsável pelo aroma característico da planta. No início do crescimento o porte do caule é erecto, mas à medida que a planta cresce, o seu peso fá-lo tender para um porte prostrado, tornando necessário proceder à sua tutoragem. O desenvolvimento do caule depende da variedade de tomate, existindo dois tipos fundamentais:
i) Cultivares de desenvolvimento determinado ou definido, em que o crescimento do caule principal, depois de ter produzido lateralmente várias inflorescências, pára em consequência da formação de uma inflorescência terminal;
ii) Cultivares de desenvolvimento indeterminado ou indefinido, que têm a particularidade de possuir sempre no seu ápice um meristema, que produz um crescimento continuado do caule principal, originando inflorescências apenas na posição lateral.
- O fruto de tomateiro – o tomate - é uma baga, com os lóbulos carpelares claramente delimitados, de cor geralmente vermelha após maturação, apesar de algumas variedades poderem apresentar outras colorações como o amarelo ou violeta. O diâmetro dos frutos varia entre 3 e 16 cm.
O TOMATE NUMA ESCALA GLOBAL
Numa escala global, a produção anual de tomate é de cerca de 100 milhões de toneladas. Cerca de um terço dos 100 milhões de toneladas são cultivadas para a indústria de transformação, sendo assim o vegetal mais utilizado no mundo para processamento industrial. Mais de 35 milhões de toneladas de tomates são processados em cada ano nas fábricas pertencentes às maiores marcas da indústria global de alimentos.
As principais regiões de produção estão localizados em zonas temperadas, perto do paralelo 40 Norte e Sul, como ilustrado no mapa seguinte. No entanto, a maior parte desta produção é baseada no hemisfério Norte, onde uma média de 91% da produção mundial é processado entre os meses de Julho e Dezembro. Os 9% restantes são processados no hemisfério sul, entre Janeiro e Junho. O Brasil é uma exceção, sendo o único país do hemisfério sul a processar mais de um milhão de toneladas por ano, ao mesmo tempo que o hemisfério norte.
Apesar de muitos países possuírem indústrias de processamento de tomate , essa produção está fortemente concentrada e os 10 maiores países produtores são responsáveis por cerca de 86 %da produção anual do mundo .
Em termos comerciais, o volume de intercâmbio e o seu valor comercial também posicionam o sector de transformação de tomate entre os principais lideres da indústria mundial de alimentos. Pode-se dizer que, no ano financeiro 2009/2010, a produção dos 14 principais países de câmbio (8 na União Européia, China, Turquia,EUA, México, Brasil e Chile) exportou cerca de 3,6 milhões de toneladas de produtos acabados nos dois principais categorias de tomate: concentrado de tomate (2.400.000 toneladas) e tomates pelados inteiros (1,2 milhões de toneladas). O concentrado de tomate é o produto principal, tanto em volume de produção e no valor comercial: as exportações anuais de concentrado de tomate geraram mais de USD 4,1 biliões (3.000 milhões de Euros) dos US $5,5 biliões (4.000 milhões de euros)gerados por este mercado.
A inegável importância da indústria do tomate está ligada ao crescimento regular do consumo verificado nos últimos 20 anos. O maior consumo global de produtos de tomate regista-se na Europa, com 20 kg por ano, e nos EUA, com 30 kg por ano. O consumo continua a aumentar, sobretudo à medida que vai aumentando a capacidade de compra dos consumidores, sendo notório nos países em maior desenvolvimento.
Alguns deles, como a China, têm dedicado um importante investimento neste ramo da indústria alimentar. Em poucos anos, ao mesmo tempo que aumenta o consumo, tornaram-se, em termos produtivos e industriais, capazes de ameaçar a posição dominante dos dois principais produtores, EUA e Itália.
ORGANIZAÇÃO
A indústria de transformação de tomate internacional está organizado em torno de duas principais federações profissionais, que juntos representam cerca de 91% da produção mundial: o AMITOM e o WPTC.
Na região do Mediterrâneo, a indústria é organizado no âmbito do AMITOM.
O AMITOM é uma associação reunindo organizações profissionais de transformadores de tomate na região do Mediterrâneo. Nos últimos 20 anos, esta associação internacional tem vindo a recolher e armazenar dados técnicos e económicos, bem como informações sobre a transformação de tomate, desde a produção até a venda final. Para o efeito, o AMITOM trabalha em diversas áreas, recolhendo e compilando diversa informação, bem como promovendo reuniões regulares das delegações dos Estados membros, que compõem o comitê executivo.
O AMITOM atualmente inclui nove Estados-membros - cinco países da União Europeia: França, Grécia, Itália, Portugal e Espanha, quatro países não pertencentes à UE: Egipto, Israel, Tunísia, Turquia, e 9 membros associados em seis países: Argélia, Malta, Síria, Ucrânia, Irã e Emirados Árabes Unidos. O representante português nesta organização é a AIT-Associação dos Industriais de Tomate.
O World Processing Tomato Council (WPTC) foi criado em 1998. Este organismo reúne produtores profissionais e organizações de transformação representando as diversas zonas produtivas. As organizações profissionais dos seguintes países foram os membros fundadores do WPTC: países AMITOM (França, Grécia, Israel, Itália, Portugal, Espanha, Tunísia e Turquia), Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Califórnia. A estes países juntaram-se novos membros AMITOM, Marrocos e Egipto, bem como mais tarde pelo Japão, África do Sul e China.
TOMATE PARA INDÚSTRIA- FICHA DE INTERNACIONALIZAÇÃO - GPP
TOMATE INDUSTRIA NO BRASIL E NO MUNDO